sábado, 20 de março de 2010

Jantando em Bagé

Ontem sai para jantar, queria comer pizza, ter algum momento de prazer que me trouxesse algo familiar.
Entrei numa pizzaria e restaurante de ambiente muito legal, muita madeira, alguns tijolos aparente, muito verniz.

O que a casa tinha de bonita a pizza tinha de ruim.
Optei pelo rodízio, seria uma boa maneira de variar.

Para minha infelicidade todas as pizzas eram de massa semi-pronta (é uma vergonha chamar isso de pizza). Indagado, o garçom disse que não tinham outra massa.
Pois bem, não tem tu, vai tu mesmo!

As pizzas, em resumo possuíam massa ruim, e muita gordura.
A de palmito tinha só a poeira dele, os pedaços eram tão pequenos que não dava pra ter certeza se era palmito, nem mesmo o sabor se sentia, por cima exageraram no parmesão que cobriu mais ainda qualquer sabor.

A de camarão também extremamente gordurosa, o camarão até tinha lá seu sabor, pena é o peso de tudo no estômago.

Um rodízio de pizza tão estranho que no meio dele vc recebia fritas (nadando no óleo tb) e até lazanha, que não passava de uma pizza que parecia ter dado errado.

Quando chegou a pizza de 4 queijos desisti, parei de comer porque sabia que aquilo tudo ia me fazer mal.
Lamentei tão pouco sabor.

Conversando com uma pessoa pelo msn, foi me dito que isso seria coisa do local, que se eles fossem para São Paulo também iriam estranhar.
Pra ser sincero - disse eu a essa pessoa - já pensei nisso, quando voltava para casa explorando as ruas de calçamento bem antigo, vim pensando se não era exagero meu tudo isso.
Minha conclusão é que, o problema não é a comida ser diferente, o problema é ela ser ruim.
Se fosse diferente, porém boa, eu amaria. Mas é diferente com tendência à ruim. Isso que me faz não gostar da culinária local até o momento.
Se eles forem para São Paulo com toda certeza vão estranhar, ah, mas vão ter muito prazer ao comer.

Mais do que isso, voltando vi essas máquinas de sorvete e me lembrei do chiquinho, do McDonalds enfim, lembrei de sorvete de qualidade.
Barbaridade, até o sorvete de máquina - que deveria ser um padrão, pois é a máquina que faz - é ruim. Um sabor diferente, também puxando para o desagradável. Tudo bem, com esse acho que até me acostumo.

Me veio a cabeça algo.
Sempre aceitei o ser humano como errado, como alguém que erra e isso não podemos mudar.
Sempre mentimos, somos egoístas, erramos a todo momento, até mesmo quando achamos estar fazendo algo bom, isso não passa de puro interesse.
Aceitando que a vida é um problema, sempre procurei não me ligar a nada, entender que tudo passa. A vida passa, as amizades passam, os dias bons e ruins se vão. Tudo o que temos ou queremos, amanhã não nos servira de nada.

Nisso sempre critiquei as pessoas extremamente apegadas as coisas.

Por um instante mais uma vez reconheci como erramos, como somos falhos, mentirosos e hipócritas.
Logo eu que sempre fui contra o apego, me vi ligado demais a uma culinária. Me vi ligado ao sabor, senti falta disso tudo e contrariei alguns de meus principios - "Não se apegue".

Isso corrobora mais ainda o pensamento deplorável de nós. Minha teoria é cada vez mais forte para mim mesmo e já há até quem concorde comigo. rs.

Ah... mas fazer o que. Se os dias me são como palha, pelo menos a comida podia ter algum sabor!


Diego
Shelton Hotel

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